“Não me peçam que tenha perdão pela indignidade e pela vilania”. Grosso modo, este é o estado de espírito do antigo director de informação da RTP, Nuno Santos, face ao processo que conduziu à sua saída da estação pública.
“Tornei-me numa pessoa incómoda”, observa Nuno Santos em entrevista à Notícias TV, acrescentando que sentiu “essa incomodidade” por parte do então ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas.
No que diz respeito à sua relação com o director-geral da RTP, Luís Marinho, o ex-responsável diz que “era cordial”. No entanto, acrescenta: “Obviamente era uma pedra no [seu] sapato”.
“Tive a minha honra atirada aos cães”, assinala Nuno Santos, frisando, contudo que não irá desistir de a ver reposta.
Até porque, afirma, “se eu fui despedido e acho que não houve justa causa, o que devia acontecer era eu ser quadro da RTP”.
Nuno Santos parte agora em novos voos, rumo a África, para assumir um cargo no grupo de comunicação Multichoice. “A situação [de não estar a trabalhar] não era sustentável durante muito mais tempo. Eu vivo do meu trabalho”, sublinha.
Ainda assim, salvaguarda, “não vou para um Continente emergente com um grande potencial, mas com dificuldades que não temos aqui”.