A disciplina de inglês passa a ser optativa no primeiro ciclo, onde é uma das actividades enriquecimento curricular, contrariando assim a medida tomada em 2005 pelo governo de José Sócrates, que a tornava como obrigatória. Deste modo, cabe a cada instituições de ensino decidir se quer ou não que os alunos tenham esta disciplina.
A notícia é confirmada pelo Diário Económico, ao qual fonte oficial do Ministério da Educação e da Ciência explicou que “no diploma de Julho, o Ministério permitiu que o inglês passasse a ser oferecido na parte curricular, no âmbito da Oferta Complementar. Na mesma altura, deu liberdade às escolas para que, no âmbito da sua autonomia, optassem pelas ofertas de actividades de enriquecimento curricular que melhor se enquadrassem no seu projecto educativo, tendo o inglês como área recomendada”.
Além disso, “no segundo e no terceiro ciclos, o inglês também não era de oferta obrigatória. Passou a sê-lo com a Revisão da Estrutura Curricular introduzida por este Governo, fazendo com que todos os alunos tenham um mínimo de 5 anos de aprendizagem da língua”, acrescentou aquela fonte.
A oposição já reagiu a esta decisão, salientando que “o Governo acaba de decidir por despacho, sem nenhum debate público, que acaba com o inglês obrigatório no primeiro ciclo”, disse à agência Lusa a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, acrescentando que “todos os dias, activamente, à socapa, escondido dos portugueses e portuguesas, o Governo toma decisões que são retrocessos civilizacionais”.
Por seu turno, o PS vai requerer a presença do ministro da Educação, Nuno Crato, na comissão parlamentar, para explicar uma decisão que os socialistas consideram “absolutamente inexplicável”.
Em declarações à Lusa, o coordenador dos deputados socialistas da comissão de Educação, Ciência e Cultura da Assembleia da República, Rui Santos, garantiu que esta “é uma decisão que implica obviamente um ataque à escola pública. É mais um retrocesso, um passo atrás, numa escola que gostaríamos que fosse de qualidade para todos. Significa, de facto, que este Governo tem uma visão passadista da educação. É também uma decisão pedagogicamente errada e incompreensível. Uma segunda língua aprende-se, em todas as suas dimensões, com tempo, desde tenra idade”, rematou.