O construtor José Guilherme terá pagado a Ricardo Salgado 8,5 milhões de euros a título de honorários, por serviços de consultadoria e assessoria aos seus negócios em Angola, escreve o SOL, acrescentando que o banqueiro terá comprado de propósito uma offshore, com sede no Panamá, para ‘guardar’ o dinheiro.
Devido a estes rendimentos extraordinários, Salgado foi obrigado, entre 30 de Maio e Dezembro de 2012, a entregar três declarações de rectificação do IRS correspondentes ao ano anterior, sendo obrigado a pagar 4,5 milhões de euros de imposto.
O rasto das transferências do construtor José Guilherme para a offshore de Ricardo Salgado foi detectado na documentação apreendida à Akoya Asset Management, da qual o banqueiro, segundo o SOL, era um entre cerca de 400 dos seus clientes. Na época, em Dezembro, o presidente do BES foi confrontando com estas acusações, tendo sido chamado a depor no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).
O SOL tentou obter um comentário de Ricardo Salgado sobre as acusações, questionando mesmo se esse ‘pagamento’ de 8,5 milhões seria compatível com a sua actividade de banqueiro.
Em resposta, o porta-voz do presidente do BES esclareceu: “Conforme amplamente divulgado há mais de seis meses na comunicação social, a situação tributária, legal e profissional do Dr. Ricardo Salgado encontra-se regular e esclarecida”.