Segundo o Diário de Notícias, existem várias denúncias de casos de doentes com cancro e com VIH/sida que não são aceites nas unidades hospitalares fora da sua área de residência. Estas denúncias são feitas tanto por associações de doentes como pelos próprios hospitais, que afirmam fazê-lo porque não recebem para atender doentes de outras áreas.
Os doentes com VIH/sida são o caso mais preocupante, visto que procuram hospitais fora da sua área de residência, principalmente doentes das localidades mais pequenas, para manter o anonimato.
Luis Mendão, da associação GAT, afirma que esta situação “acontece de forma generalizada. Em Lisboa nas maiores unidades, no Porto a opção é atender os da área apenas mas muitas pessoas não querem ser tratadas nessas localidades seja porque conhecem pessoas que trabalham lá e as associam ao VIH, seja por qualidade, por preferirem outros clínicos e unidades”.
Marta Temido, presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, diz que não há nada na lei que impeça o tratamento de doentes fora da área de residência mas razões financeiras podem definir as escolhas dos hospitais, obrigando-os mesmo a rejeitar doentes.