Vencedor do World Press Photo regressa à Guiné-Bissau
O fotógrafo português Daniel Rodrigues, distinguido este ano pelo júri do World Press Photo, regressa em novembro à Guiné-Bissau, país onde captou a imagem que lhe valeu o prémio internacional e o reconhecimento profissional, sobretudo no estrangeiro.
© Global Imagens
País Fotografia
Com o objetivo de cobrir as eleições gerais da Guiné-Bissau, agendadas oficialmente para finais de novembro, Daniel vai integrar, numa primeira fase da viagem, a equipa de uma missão humanitária a Dulombi, a mesma aldeia guineense onde tirou a imagem de crianças a jogar futebol num campo de terra.
A imagem com as crianças de Dulombi foi reconhecida, em fevereiro passado, com o primeiro prémio na categoria Vida Quotidiana do World Press Photo.
"Vou para a Guiné-Bissau para cobrir as eleições que acontecem no final do mês [novembro]. Caso aconteçam, é claro. E aproveitando que todos os anos em novembro a missão Dulombi vai para a Guiné, vou com eles. Os primeiros dias vou passar com a missão em Dulombi", disse Daniel Rodrigues em declarações à Lusa via telefone.
Na bagagem, o fotógrafo, natural de Riba de Ave, Vila Nova de Famalicão, leva uma impressão em grandes dimensões da fotografia premiada, que ficará na escola de Dulombi, e várias fotografias pequenas para entregar a cada um dos miúdos.
"Não fazem a mínima ideia que vou lá estar. Não estão à espera da minha visita", disse Daniel Rodrigues, admitindo estar a sentir "um bocado de nervosismo" e de "ansiedade".
"A Guiné-Bissau, aqueles miúdos, aquela aldeia, e a missão, tudo o que está à volta da fotografia, mudou completamente a minha vida e será sempre tocante", sublinhou o fotógrafo.
Questionado sobre as repercussões do prémio na sua vida profissional, Daniel Rodrigues, que estava desempregado na altura do anúncio do prémio internacional, referiu que "as coisas mudaram".
"Tive mais visibilidade, principalmente no estrangeiro. Infelizmente em Portugal não há trabalho. E trabalho mais como freelancer", afirmou Daniel Rodrigues.
Será o caso das eleições na Guiné-Bissau, onde irá trabalhar como freelancer, "mas já com potenciais compradores do trabalho", avançou o fotográfo, cuja última viagem passou pela Indochina.
A equipa da missão Dulombi, que irá levar material escolar e hospitalar, e alguns brinquedos, parte na sexta-feira de Vila do Conde.
As eleições gerais na Guiné-Bissau estão oficialmente marcadas para 24 de novembro, mas atrasos na organização do escrutínio estão a inviabilizar, a nível técnico, a realização do processo na data anunciada.
A Guiné-Bissau é dirigida pelas autoridades de transição desde o golpe de Estado de 12 de abril de 2012, protagonizado pelo chefe das Forças Armadas, general António Indjai.
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