"Para fazer cortes como tem vindo a fazer e da forma que tem feito não precisamos de um ministro da Defesa, nem da estrutura que o apoia. (...) O ministro tem uma obsessão pelos cortes com gravíssimas consequências para as forças armadas, por isso decidimos denunciar estas atitudes e pedir a extinção do Ministério", disse à agência Lusa o coronel Pereira Cracel, presidente da AOFA.
O responsável sublinhou à Lusa que este pedido surge no dia em que o ministro da Defesa vai ao parlamento falar sobre o Orçamento do Estado para 2014, adiantando que a AOFA também vai estar nas galerias da Assembleia da República para assistir às declarações do José Pedro Aguiar-Branco.
O coronel Pereira Cracel salientou que, na origem do pedido de extinção do Ministério, estão também as declarações de Aguiar-Branco nas comemorações oficiais do Dia do Exército no final de outubro.
"No Dia do Exército, o ministro da Defesa Nacional sugeriu que cada militar se arvorasse em ministro das Finanças, uma imagem que pretendia fosse de apelo à 'poupança', mas que serviu, sim, para avisar os militares de que iam ser ainda mais castigados pelo Orçamento do Estado e pelos diplomas avulsos que se lhe encontram associados na prossecução do objetivo central deste Governo: cortar direitos, remunerações e perspetivas de um futuro minimamente digno", sublinhou Pereira cracel.
De acordo com o presidente da AOFA, ao proferir estas declarações, Aguiar-Branco demitiu-se da área que lhe restava: a da gestão dos recursos. "Assim, decidimos sugerir a extinção do Ministério da Defesa", disse o coronel.