Preço do fármaco para Matilde mostra "ganância absoluta" do laboratório

O ex-coordenador do Bloco de Esquerda falou ainda sobre os vários peditórios que têm vindo a ser feitos e a falta de regras para os mesmos.

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Patrícia Martins Carvalho
05/07/2019 23:46 ‧ 05/07/2019 por Patrícia Martins Carvalho

País

Francisco Louçã

O país uniu-se (mais uma vez) para ajudar quem mais precisa. Desta vez é a pequena Matilde que sofre de uma doença rara - atrofia muscular espinhal – e que cuja única esperança de vida reside num medicamento cuja comercialização apenas é autorizada nos Estados Unidos da América.

A esta dificuldade geográfica soma-se ainda outra: o fármaco tem um custo de dois milhões de euros.

Em desespero, os pais da bebé pediram ajuda ao povo português que, em pouco tempo, doou o valor necessário.

Para Francisco Louçã a “família fez bem” em trazer o assunto a público, pois, tal como aconteceu com os medicamentos para a Hepatite C, também neste caso a “pressão pública foi muito importante”.

E, considerou o comentador no seu espaço de opinião na SIC Notícias, o “Serviço Nacional de Saúde procedeu bem ao dizer imediatamente que medicamentos deste tipo devem ser comparticipados a 100% e que se encarregará disso”.

Sobre o preço, Francisco Louçã foi mais crítico, considerando que o laboratório que desenvolveu o medicamento “quer recuperar, em muito pouco tempo, o investimento” que fez, o que é “lamentável”.

Mais do que lamentável, sublinhou o ex-bloquista, é sinal de uma “ganância absoluta” por parte do laboratório em causa.

Mas este caso, apontou, mostra como o facto de haver um “serviço público de saúde” dá uma “tranquilidade enorme” aos cidadãos.

Imagine que em Portugal a Saúde era privada!

Ainda sobre as ondas de solidariedade que têm sido uma constante em Portugal – desde Pedrógão a Moçambique – Francisco Louçã critica o facto de muitos peditórios serem “mal realizados pelas instituições”, razão pela qual depois surgem casos em que o “dinheiro doado não é exatamente gasto como devia ser” ou a roupa doada, como aconteceu com os donativos para Moçambique, não ser a mais adequada e ficar amontoada em armazéns.

E depois, sempre que surgem situações destas, “ficamos com o coração dorido”. Por isso mesmo, Louçã defende que deveria ser criada uma equipa que acompanhasse e monitorizasse estes peditórios, equipa esta que poderia incluir, a título de exemplo, um juiz jubilado.

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