São variadíssimos os casos em que medicamentos para a epilepsia são prescritos para combater as enxaquecas e controlar a ansiedade. E de comprimidos para a diabetes que são receitados a quem quer perder peso.
Hoje em dia, estima-se que 20% dos medicamentos sejam prescritos indevidamente (‘of label’). Na sua maioria, beneficiam de altas taxas de comparticipação (como o caso dos epilépticos, comparticipados em 90%) e são receitados em áreas que têm pouco apoio, como conta o Diário de Notícias (DN). Porém, “o seu uso pode ser lesivo para os doentes e pode elevar os custos do Sistema Nacional de Saúde”, segundo a investigadora Sofia Martins.
Para o ex-bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Aranda da Silva, “é preciso regular a área, porque o que devia ser excepção, como aconteceu com o Avastin, acabou por ser a regra”. Desta feita, o Infarmed garantiu ao DN que vai “investigar se a prescrição é adequada ao perfil do doente e se se cumprem os procedimentos”.
Na opinião do presidente da Associação Nacional de Farmácias, Paulo Duarte, “não é por acaso que estes são prescritos. Assim consegue-se uma maior comparticipação”. Por esse motivo, o profissional defende que deve haver uma “comparticipação por doença e não por medicamento”.