A greve dos motoristas de matérias combustíveis vai mesmo avançar, confirmaram este sábado os dois sindicatos que promoveram o protesto, após decisão em plenário.
Foi ao final do dia que os sindicatos anunciaram a decisão, numa declaração que poucos minutos depois coincidiu com uma outra, esta da parte do Governo.
Nesta reação, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, falou em nome do Executivo após ter reunido em Lisboa com elementos de entidades da Proteção Civil e do regulador dos combustíveis.
O governante assegura que a "rede de emergência permitirá responder às necessidades de funcionamento de funções prioritárias do Estado".
Em causa, saliente-se, estão os postos de abastecimento de veículos considerados prioritários para o Estado, a rede de emergência inclui 52 postos de abastecimento exclusivos e 320 não exclusivos. Para a restante população, o Governo apelou a uma "gestão criteriosa" do uso de combustível, abrindo ainda caminho a que outras entidades possam requisitar dísticos que poderão dar acesso à rede prioritária.
"Como sabemos, teremos a partir de segunda-feira, na rede geral, um abastecimento limitado a 25 litros por veículo ligeiro e 100 por veículo pesado. Apelamos a todos os portugueses para uma gestão criteriosa das suas necessidades de gestão de combustível", algo que deverá ser feito em função "de deslocações que sejam indispensáveis, quer por razões pessoais quer por razões de atividade económica".
"Por outro lado", prosseguiu o ministro, "iremos gerir de forma parcimoniosa" aquilo que são "as necessidades identificadas".
Eduardo Cabrita realça que foi ainda feito "um levantamento" de necessidades em "áreas como a segurança social, a agricultura ou a saúde", entre outras, que "indicaram um elenco de veículos, por distrito, que irão receber um dístico que está já produzido".
Ao todo, especificou, há já "20 mil dísticos emitidos pela Casa da Moeda, com holograma que não permite a falsificação, e teremos nos próximos dias mais 30 mil dísticos que permitirão a viaturas, quer de entidades públicas, quer de empresas de setores em que se revele urgência que justifique o acesso à rede de emergência", para que possam aceder a esta rede prioritária.
Está, também, "ativa a plataforma tecnológica que liga a secretaria-geral do ministério da Administração Interna à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, em que qualquer entidade, pública ou privada, pode solicitar esse reconhecimento", que será decidido em 24h.
Recorde-se que a greve dos motoristas está marcada para segunda-feira e que o Executivo declarou já crise energética, tendo estabelecido serviços mínimos entre 50 a 100%.