Os professores perderam quase 30% dos seus rendimentos com as medidas deste Governo. Acrescentando as dificuldades de colocação, muitos são os esforços para conseguir que o salário chegue para tudo.
Armando Neves, de 39 anos, é um exemplo paradigmático. O professor de educação física mora na Guarda com a família mas lecciona em Viseu, no agrupamento de São João da Pesqueira. Para evitar os custos de 200 km diários mais refeições, Armando dorme na sua autocaravana de terça a sexta-feira, todas as semanas.
Mário Nogueira, responsável da Fenprof, afirma, ao Diário de Notícias, que este não é um caso isolado e que o ensino retrocedeu 20 anos, com uma diferença: “há 20 anos eram os mais novos em início de carreira que iam até à Madeira ou Açores. Agora são os de 40 anos e mais dez de serviço que voltaram a pegar na “casa às costas”. Os mais novos estão no desemprego.
Há quem tem ficado longe de casa e com horários semanais de 12 ou 14 horas. Os part-times em lojas de centros comerciais são a solução adoptada, de acordo com Nogueira.