A madrinha de Rodrigo, bebé que tem agora dez dias, contou como foi quando a mãe do bebé se apercebeu de que o filho tinha problemas graves.
Foi quando os clínicos colocaram o recém-nascido no peito da mãe que esta viu que algo não estava bem. O bebé não tinha rosto.
Instantes depois, disse ao pai da criança, que estava a assistir ao parto, no Hospital de São Bernardo: “David, o nosso filho não tem nariz. E a partir daí foi o pânico geral dentro daquela sala de parto”, contou a madrinha da criança, Tânia Contente, em declarações à TVI.
“De imediato” - relatou - “os colegas que estavam na sala a fazer o parto mandaram chamar o doutor Artur Carvalho, porque ele encontrava-se a trabalhar nessa noite no hospital. Apresentou as suas desculpas e disse que efetivamente tinha cometido um erro”.
Recorde-se que a mãe do bebé fez as habituais ecografias durante uma gravidez, uma por semestre e que o obstreta responsável nunca apontou qualquer malformação no feto. Só num exame feito numa outra clínica é que os pais foram alertados para essa possibilidade. Confrontado com essa possibilidade, o obstreta garantiu que estava tudo bem.
“O meu afilhado tem lesões gravíssimas que impedem qualquer hipótese de autonomia e que ele possa ter um crescimento normal", lamentou a familiar.
O clínico em causa, sublinhe-se, tem quatro processos em curso no conselho disciplinar da Ordem dos Médicos. Entretanto, o Ministério Público fez saber que abriu um inquérito relativamente ao caso, após queixa apresentada pela mãe.