Há quatro meses invocou “motivos pessoais” para abandonar a pasta dos Assuntos do Mar do Governo dos Açores. Hoje, o semanário Sol dá conta de que a decisão de Frederico Cardigos se prende com o facto de ser acusado de abusar do seu filho de quatro anos. E também a sua mãe, Maria Leonor Abecasis, terá sido cúmplice, bem como co-autora, dos crimes de pedofilia, conta a mesma publicação.
Os actos sexuais praticados com a criança remontam, pelo menos, a Julho de 2012, altura em que o ex-governante se separou da mulher. A informação consta de um despacho de acusação do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, a que o Sol teve acesso.
Alegadamente, para silenciar o menino, pai e avó colocar-lhe-iam fita-cola na boca, sendo que os abusos se terão mantido até Maio deste ano.
Tais práticas, pode ler-se no documento citado pelo semanário, “prejudicaram gravemente a saúde física e psíquica” do menor, e “foram causa directa e necessária de sofrimento, medo, dor, instabilidade emocional e de comportamento” na criança.
O menino acabou por relatar a um pedopsiquiatra os abusos de que era alvo, inclusive, depois de ter sido submetido a uma intervenção cirúrgica.
Frederico Cardigos, de 43 anos, está acusado de seis crimes de abuso sexual de criança agravado, enquanto a sua mãe, de 71, responderá por dois. Ambos estão proibidos de contactar com o menor. No entanto, terão já abordado o menino no jardim-de-infância, incitando-o “a não contar nada”.
A procuradora responsável pelo caso solicitou já que o pai seja sujeito à medida de coacção mais pesada do sistema judicial português, ou seja, a de prisão preventiva.