Saída do director nacional da PSP "era inevitável"

O presidente do Sindicato Nacional de Polícia, Armando Ferreira, considerou hoje "inevitável" a saída do diretor nacional da PSP, precipitada pelos acontecimentos da manifestação de quinta-feira no parlamento, por entender que o superintendente "defendeu pouco" os interesses dos polícias.

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Lusa
22/11/2013 15:51 ‧ 22/11/2013 por Lusa

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O superintendente Paulo Valente Gomes colocou o seu lugar à disposição, na sequência dos acontecimentos de quinta-feira, em frente à Assembleia da República, tendo o seu pedido sido aceite pelo ministro da Administração Interna, Miguel Macedo.

"Aconteceu agora [a demissão] devido às sucessões de acontecimentos ontem, na Assembleia da República, mas eu acredito que, se não fosse isto, era outra coisa que iria precipitar a queda da atual direção nacional da PSP", disse à agência Lusa o presidente do Sindicato Nacional de Polícia (Sinapol).

Armando Ferreira disse que, do ponto de vista pessoal, lamenta a saída do superintendente Paulo Valente Gomes, mas, "do ponto de vista institucional, o Sinapol vê isto como algo que era inevitável que acontecesse".

"A direção do superintendente Paulo Gomes tem sido muito apagada e em pouco tem defendido os interesses dos profissionais da Polícia de Segurança Pública", justificou.

Para o sindicalista, Paulo Valente Gomes foi "um diretor nacional inexistente, nem para o bem, nem para o mal".

Segundo o sindicalista, "uma das grandes queixas" dos profissionais da PSP em relação à direção nacional é o facto de esta se ter transformado "numa direção do negável".

"Tudo o que seja solicitado, por quem quer que seja, a resposta é sempre negativa", explicou.

Armando Ferreira espera que a nova direção nacional "proteja os polícias" e consiga evitar que estes recorram a "expedientes" como os de quinta-feira, para "demonstrar o seu descontentamento, porque as coisas atingiram um ponto de não retorno".

Sobre a possibilidade de a PSP instaurar processos disciplinares na sequência dos acontecimentos da Assembleia da República, Armando Ferreira disse que, se isso acontecer, "é um erro muito, mas mesmo muito grave".

"Num momento como este, em que se viu o estado de espírito em que os polícias estão, querer abrir-se uma caça às bruxas é a mesma coisa que estar a decretar uma guerra direta aos profissionais de segurança pública, e isso terá certamente consequências, e eu espero bem que não se cometa esse erro", sublinhou.

No protesto, acrescentou, "os polícias deram um grito de socorro e demonstraram claramente o estado de desespero em que estão" na sua vida pessoal, profissional e familiar.

O superintendente Paulo Valente Gomes assumiu o cargo de diretor nacional da PSP em fevereiro de 2012, tendo sido o primeiro oficial da escola superior de polícia a chegar ao topo da hierarquia na corporação.

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