"A detenção ocorreu em Lisboa, na via pública (...) A PJ tem uma profunda satisfação pelo facto de a criança se encontrar bem e de saúde e estar a ser devidamente tratada e acompanhada", começou por dizer o diretor da Diretoria de Lisboa da Polícia Judiciária, Paulo Rebelo, em conferência de imprensa, esta sexta-feira.
A detida "vive em condições precárias na via pública", acrescentou, sem especificar a nacionalidade da mulher, que alguns órgãos de comunicação avançavam esta manhã ter ascendência cabo-verdiana.
"Tanto quanto sabemos, foi a única autora do crime, sem embargo de as investigações que vão continuar a desenvolver-se virem a apurar uma realidade diferente", avançou o responsável.
Sem revelar a identidade da suspeita ou as diligências levadas a cabo pelas autoridades por considerar não serem relevantes para os factos, a PJ adiantou que a mulher não tem antecedentes policiais nem criminais.
"Na sequência de uma gravidez, que nunca declarou nem manifestou a ninguém, veio a ter o parto e depois a abandonar o recém-nascido", afirmou.
O parto, disse Paulo Rebelo, foi feito na rua, nas imediações do local onde o bebé viria a ser encontrado posteriormente. De acordo com a PJ, não existem indícios de o bebé ter sofrido outro tipo de maus-tratos antes de ser deixado no contentor do lixo.
A suspeita não deu entrada em qualquer unidade hospitalar, esclareceu ainda Paulo Rebelo.
Na hora da detenção, a mulher, que não apresentou resistência, estava sozinha, não manifestava sinais de consumo de drogas, estava "completamente consciente e sem nenhuma alteração específica, pelo menos aparente, do seu estado emocional psíquico".
Sobre o progenitor da criança, este não se encontra na cidade, nem na região, estando a investigação a apurar a sua identidade.
A PJ anunciou esta sexta-feira a detenção da mulher por "fortes indícios da prática de homicídio qualificado, na forma tentada, vitimando uma criança do sexo masculino, recém-nascido, seu filho".