"Fizemos coisas que muitos teimavam em dizer não sermos capazes"

Marta Temido está esta quinta-feira no Parlamento para responder sobre o estado da saúde no país.

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Melissa Lopes com Lusa
28/11/2019 15:30 ‧ 28/11/2019 por Melissa Lopes com Lusa

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A ministra da Saúde defendeu esta quinta-feira que o Serviço Nacional de Saúde está atualmente melhor do que o que estava em 2015 quando o PS começou a governar. 

Respondendo à interpelação do PSD, a ministra da Saúde fez um retrato do estado da saúde no país em 2015 e comparou-o com o retrato de 2019 para sustentar que o Serviço Nacional de Saúde, embora não seja perfeito, está agora melhor.

"Há um momento prévio à ação (...) É inevitável olhar para o início do trajecto e para o caminho percorrido. Passaram anteontem quatro anos sobre o início de funções do anterior governo. Recordo que em dezembro de 2015, havia mais de um milhão de portugueses sem médico de família, a atividade assistencial nos cuidados de saúde primários tinha tido uma queda de 7% desde 2011, o valor de uma consulta nos cuidados de saúde primários era de 5 euros e havia pagamento de taxas moderadoras nas consultas e atos complementares a alguns rastreios, o transporte não urgente de utentes na forma prolongada e continuada (…) estava sujeito a copagamentos", elencou a ministra. 

E prosseguiu com mais dados.  "Em de de 2015, o SNS tinha 119 mil trabalhadores, o período de trabalho era de 40 horas semanais, os que tinham o salário mais baixo recebiam 505 euros e os que tinham salário mensal mais elevado recebiam 5211 euros. Por um turno normal de trabalho de 12 horas, um médico do último escalão recebia 171 euros pelas horas incómodas". 

Já em novembro de 2019, disse, "há mais 6% de portugueses com médico de família atribuído no SNS, a atividade assistencial cresceu, as taxas moderadoras reduziram-se, e alargaram-se as despesas a toda a atividade inerente (...)". 

Atualmente, continuou a governante, há mais 14.784 trabalhadores no SNS, que trabalham, em regra, 35 horas. Os salários mais baixos cifram-se nos 635 euros e os mais elevados nos 5.664 euros. E pelas horas incómodas, um profissional ganha agora 357 euros. 

"São mais cerca de 600 mil portugueses com médico de família, para além de 100 novas Unidades de Saúde Familiar, de 80% de agrupamentos de centros de saúde com respostas de saúde oral, de 78% com respostas de análises clínicas, de 65% com respostas de radiologia e de 60% com rastreios de saúde infantil", reforçou.

Num ano "muito importante" para a saúde, em que se assinalaram os 40 anos do SNS, Marta Temido realçou que o Governo "fez algumas coisas que alguns teimavam em dizer não sermos capazes", designadamente a nova Lei de Bases da Saúde, estando a sua regulamentação a ser preparada.

"Sabemos que o SNS não é um sistema perfeito, mas não o queremos substituir por um sistema de seguro público. Queremos melhorá-lo", afirmou.

Outro dos exemplos dados pela ministra foi a construção da ala pediátrica do São João "lá vai ganhando alicerces". "Lembram-se da cirurgias adiadas por causa da greve cirúrgica? Foram realizadas", frisou. 

E, apesar "das dificuldades", prometeu, em breve deixará de haver utentes em lista de espera há mais de um ano. 

Marta Temido indicou que a centésima unidade de saúde familiar (USF) foi criada no verão e anunciou a criação de mais novas USF. "A transformação de 20 USF A para B irá ocorrer no próximo dia 1 de dezembro e temos mais 20 novas USF A a poderem concretizar-se este ano, naquele que é o primeiro passo para a generalização do modelo", anunciou. 

O debate terá uma duração prevista de 137 minutos e arrancará com intervenções do PSD e do Governo.

A saúde já tinha sido o tema da última interpelação ao Governo do PSD na última legislatura, bem como do último debate temático marcado pelo partido, em 27 de junho, ocasiões em que o PSD abordou as dificuldades no acesso dos cidadãos à saúde e desafiou a ministra do setor, Marta Temido, - que transitou do XXI para o XXII Governo - a assumir que esta área da governação falhou.

 

 

 

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