Quando alunos e professores pagam para trabalhar

O primeiro-ministro promoveu ontem uma reunião de apaziguamento entre o Conselho de Reitores (CRUP) e o Ministério da Educação e Ciência. No mesmo dia, representantes de estudantes e docentes revelaram ao Diário de Notícias as “sérias dificuldades” que o sector atravessa, incluindo docentes e alunos já terem de gastar do próprio bolso para poderem trabalhar.

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Notícias Ao Minuto
27/11/2013 08:54 ‧ 27/11/2013 por Notícias Ao Minuto

País

Ensino Superior

Alunos e professores a pagarem equipamentos e serviços porque as instituições onde estão não têm verba é a realidade com que o Ensino Superior se está a deparar.

“Pelo menos metade das universidades atravessam sérias dificuldades” e nos politécnicos “a situação será ainda mais séria”, diz António Vicente, presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup), adiantando que “Há instituições que não têm sequer garantido o pagamento dos vencimentos de Dezembro”.

O responsável relatou casos em que professores se vêem obrigados “ a comprar livros para apoio às aulas, a pagar acessos a artigos científicos porque as universidades deixaram de ter bases de dados e até de adquirir consumíveis”, e alunos que tiveram de pagar “o aluguer de equipamentos e instalações”.

Para António Vicente, depois de anos de cortes, o desentendimento de 30 milhões de euros relativos às verbas de 2014 ter ditado “um inédito corte de relações “entre o CRUP e o Governo” é a maior prova da “dificuldade extrema” a que chegaram as instituições.

André Machado, presidente da Associação Académica da Universidade de Lisboa, deu outros exemplos da precariedade do sector, como, por exemplo, os alunos da Faculdade de Medicina Dentária pagarem, desde há dois anos, os kits que usam para trabalhar e que custam cerca de 1100 euros.

Porém, para o líder estudantil o mais grave prende-se com a acção social. “O problema é que, de há algum tempo para cá, as verbas da acção social passaram a ser englobadas na dotação das universidades. E como estão numa situação de aperto, acabam por dar prioridade a despesas imediatas, como salários”.

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