Maximiano sobre o ataque a Alcochete: "Fiquei bloqueado, sem reação"

Jogador relatou, em tribunal, o que viveu no dia do ataque à academia do Sporting em Alcochete. "Ou ganham no domingo [a Taça] ou vão ver", terão ameaçado, por fim, os agressores.

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© Instagram Luís Maximiano

Notícias Ao Minuto com Lusa
09/12/2019 11:49 ‧ 09/12/2019 por Notícias Ao Minuto com Lusa

País

Alcochete

Luís Maximiano disse, esta segunda-feira, em tribunal que teve medo quando um grupo de encapuzados invadiu a Academia em maio do ano passado. 

Através de videoconferência do tribunal do Montijo, o jogador recordou que, na altura, "estava a dar os primeiros passos na equipa".

"Era um sonho. Fiquei assustado com o que podia acontecer a seguir", acrescentou. "Mandaram me para dentro do balneário, porque estava gente a entrar. Lembro-me do Vasco Fernandes tentar fechar as portas, mas forçaram e entraram com máscaras", recordou Maximiano, frisando que naquele momento "não houve conversas". 

"Fiquei tão bloqueado, atrapalhado que fiquei sem reação. Houve pânico e muita confusão. Entraram e começamos a perceber que era algo mais grave", explicou o guarda-redes, de 20 anos, acrescentando que no interior do vestiário "estava praticamente todo o plantel" e que o holandês Bas Dost se encontrava no corredor. 

Maximiano referiu que viu as agressões aos colegas com cintos, garrafões de água, murros e pontapés. O jogador contou que William e Rui Patrício foram agredidos com murros. Battaglia levou com um garrafão e Montero levou com um estalo na cara. Misic levou com um cinto. O Acuña levou pontapés de duas ou três pessoas. 

Mais acrescentou que viu os agressores encapuzados "em cima" de Rui Patrício, a dizerem que "ele não merecia vestir a camisola".  À saída deixaram uma ameaça: “ou ganham no domingo [a Taça] ou vocês vão ver.”

Luís Maximiano disse ter estado presente numa reunião de 14 de maio de 2018, véspera do ataque, entre o plantel e elementos do Conselho de Administração, incluindo o então presidente Bruno de Carvalho.

O guarda-redes contou também que Bruno de Carvalho disse que tinham "acontecido algumas coisas com a claque" na Madeira, após a derrota com o Marítimo, por 2-1, no domingo antes, 13 de maio, que afastou os 'leões' da Liga dos Campeões.

Nessa reunião o então presidente do clube disse que era preciso "proteger a equipa, que estava com o plantel e que era preciso resolver essa situação", aludindo ao episódio de trocas de palavras entre alguns jogadores e elementos da claque Juventude Leonina, no Aeroporto da Madeira, com enfoque no jogador Acuna.

Max indicou que Bruno de Carvalho disse que tinha falado com o "chefe da claque, que não era uma situação fácil", mas que a mesma teria de ser resolvida "em família", reportando-se a ele próprio e ao plantel.

O julgamento prossegue na tarde de hoje com as inquirições de Wendel e Jeremy Mathieu.

Miguel Coutinho, advogado do Sporting, clube que se constituiu assistente do processo, requereu que oito dos futebolistas que ainda se mantêm no atual plantel fossem inquiridos através de videoconferência, invocando razões de ordem psicológica.

coletivo de juízes acedeu ao pedido e WendelMathieuAcuñaBattaglia, Luís Maximiano, CoatesRistovski e Bruno Fernandes vão então prestar declarações por videoconferência.

 

 

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