Portugueses confiam cada vez menos no Governo

Os portugueses desconfiam cada vez mais das instituições e do Governo e participam menos na política, revela o Índice de Bem-Estar para Portugal (IBE), do Instituto Nacional de Estatística.

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Lusa
06/12/2013 17:16 ‧ 06/12/2013 por Lusa

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INE

Realizado pela primeira vez, o estudo, que analisa o período de 2004 a 2011 e apresenta resultados preliminares para 2012, visa disponibilizar, anualmente, resultados que permitam acompanhar a evolução do bem-estar e progresso social em duas vertentes: condições materiais de vida das famílias e qualidade de vida.

O IBE analisa sete domínios: Bem-estar económico, vulnerabilidade económica, trabalho e remuneração, saúde; balanço vida-trabalho, educação, conhecimento e competências, relações sociais e bem-estar subjetivo, participação cívica e governação, segurança pessoal e ambiente.

No domínio da Participação cívica e governação, o estudo refere que a variação do índice entre 2004/2011 foi negativa (-0,9 pontos percentuais), tendo decrescido continuamente desde 2006 a 2010, com ligeira recuperação em 2011 e 2012, sem contudo superar o nível global do domínio em 2004.

Para este resultado concorrem diferentemente dois grupos de indicadores.

No primeiro grupo identificam-se os indicadores com evolução mais positiva: o índice de participação em atividades públicas (113,4, em 2011) e a qualidade apercebida dos serviços públicos (108,3, em 2011), o qual revelou um comportamento continuamente ascendente desde 2005 até 2011.

No segundo grupo, figuram o índice de confiança nas instituições que atinge, em 2011, o valor de 69,4, com novo agravamento em 2012 (66,2) e o índice de governação que ao longo do período analisado registou "uma evolução negativa face a 2004, situando-se em 78,0 em 2011

Faz ainda parte do segundo grupo, o índice de participação eleitoral que registou igualmente uma evolução negativa entre 2004/2011, atingindo o valor de 91,8 em 2011.

A análise dos resultados entre 2004-2008 revela taxas de variação média anual positivas para os seguintes indicadores: Grau de interesse pela política (0,8%), Índice de participação em atividades públicas (0,9%).

Inversamente, registaram-se variações negativas nos indicadores: Índice de governação (-2,6%) e Índice de participação eleitoral (-1,0%).

No período mais recente (2008-2011) acentuou-se a evolução positiva na participação em atividades públicas e na qualidade apercebida dos serviços públicos, em contraste com uma taxa de variação média anual de menos 12,0% no índice de confiança nas instituições e de menos 4,7% no índice de governação.

"O aumento do índice da participação cívica e governação, constante dos dados preliminares de 2012, aponta para uma melhoria do índice (96,2), sobretudo explicada pela evolução positiva da participação em atividades públicas face ao ano anterior", refere o IBE.

No domínio da Segurança pessoal, a variação em índice foi de 7,4 pp em 2011, face ao ano base de 2004, tendo o índice deste domínio registado "um comportamento irregular ao longo de todo o período em estudo, embora com variações positivas sistemáticas na comparação com o ano base", salienta.

Segundo o estudo, a taxa de homicídio voluntário consumado registou "um decréscimo acentuado", passando de 1,8 por 100.000 habitantes em 2004, para 1,1, em 2011, e agravou-se a incidência de crimes sobre crianças e jovens.

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