“Mais tarde ou mais cedo, numa óptica de contenção de custos para o Estado, as empresas privadas poderão entrar nos serviços prisionais”. A afirmação pertence ao presidente da Associação Empresas de Segurança, Rogério Alves, que este domingo, em declarações ao Diário de Notícias (DN), defende a aplicação em Portugal do mesmo sistema que já está implementado na vizinha Espanha.
Apesar de não haver “diligências previstas para a entrada nesse mercado, tudo aquilo que se possa fazer em substituição do Estado, com vantagens para o Estado e com padrões de qualidade, é bom”, argumenta.
O presidente da Associação Nacional de Agentes da Segurança Privada, Ricardo Vieira, concorda, acrescentando que “a administração da cadeia poderá ser privada mas a direcção deverá ser pública. Isso já acontece no Norte da Europa e na América Latina com bons resultados”.
Opinião diferente, refere o DN, têm os guardas prisionais. O presidente do Sindicato Independente do Corpo da Guarda Prisional, Júlio Rebelo, explica que as funções destes profissionais “tem um grande grau de complexidade. A formação de um guarda com estágio é de um ano. Não se pode pôr pessoas com contratos de seis meses a trabalhar na segurança prisional”.
Esta “precariedade dos contratos dos seguranças privados poderia”, aliás, “ser alvo de pressões por parte de alguns reclusos”, alerta Júlio Rebelo.