"Aquilo que sentimos nas escolas é a vontade imensa dos professores de inviabilizar a realização" da prova, disse hoje à Lusa o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira.
O sindicalista espera uma adesão de cem por cento, e explica porquê: "Temos encontrado escolas inteiras em que colegas já disseram que vão fazer greve", assim como agrupamentos escolares nos quais não vai haver vigilantes [à prova].
"Do ponto de vista político esta prova está derrotada e o Ministério da Educação também", disse Mário Nogueira à Lusa, acrescentando: "estamos conscientes de que não sendo inviabilizada na totalidade das escolas será seguramente em muitas delas".
Mário Nogueira salienta que "a não realização da prova pelos professores sem vínculo, em função da realização da greve, é a única possibilidade de não se penalizar nenhum professor".
De resto, diz o sindicalista, as ações de contestação à prova irão prosseguir, sempre dentro da legalidade, sendo que hoje os professores estão conscientes de que a prova de avaliação é "um atentado à profissão, é injusta e humilhante".
A prova de avaliação dos professores foi anunciada no verão passado e desde logo contestada. Em novembro, na sequência de uma reunião com sindicatos da Educação, afetos à central sindical UGT, nomeadamente a Federação Nacional da Educação, o Ministério estabeleceu que apenas os professores com menos de cinco anos de carreira fariam a prova.
Os sindicatos que estiveram na reunião aceitaram a decisão e anularam as ações de contestação, mas a Fenprof manteve todas as ações de luta, incluindo a greve de hoje.
A prova realiza-se em mais de uma centena de escolas e começa às 10:30, devendo durar duas horas.