Católicos, animistas e muçulmanos celebram Natal em família na Guiné-Bissau

O Natal na Guiné-Bissau é das poucas efemérides que ainda se mantêm como na época colonial: Missa do Galo para os cristãos e festa familiar no dia 25 de Dezembro, em todas as casas, de todas as religiões.

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Lusa
23/12/2013 11:03 ‧ 23/12/2013 por Lusa

País

Festa

Apenas cerca de 15 por cento de guineenses seguem a religião cristã, sendo que os muçulmanos representam 40 por cento da população, seguidos pelos animistas.

Mas, no Natal, torna-se praticamente impossível saber entre os guineenses quem é muçulmano, animista ou cristão, porque todos comemoram a festa de uma maneira ou de outra.

Só na Missa do Galo não se confundem as religiões.

As igrejas ficam apinhadas, sendo a Sé Catedral de Bissau o local de culto que congrega maior número de fiéis católicos para uma missa celebrada pelo bispo de Bissau, Dom José Camnaté Na Bissign.

Normalmente, o bispo Camnaté aproveita a Missa do Galo para fazer uma espécie de retrospetiva da vida social e política do país e ainda para lançar alguns desafios aos fiéis.

No meio das palavras do bispo, destacam-se os cantares - que às vezes até deixam parecer que se trata de uma festa popular, tal é o vigor das batucadas na igreja - e as cores vivas projetadas pela luz da Sé Catedral.

Pelo Natal, é comum os familiares, em especial os das grandes cidades (Bissau, Bafatá, Gabú, Canchungo ou Cacheu), receberem mais gente em casa, nomeadamente familiares que vivem no estrangeiro ou nas aldeias.

Porque é norma dar e receber presentes, os familiares oriundos de Portugal, trazem o tradicional bacalhau e vinho português, enquanto os das aldeias levam para as cidades comida da terra e animais (cabras, porcos, patos e galinhas) para serem servidor na grande festa.

Costuma-se dizer que no dia do Natal não há família guineense que não coma carne - se não for durante a ceia da consoada, então será no almoço do Natal.

A carne é um alimento raro nas refeições de muitos guineenses, por não estar ao alcance das suas posses.

O que não falta mesmo é a árvore de Natal nos lares: pode até ser uma árvore de plástico, comprada numa loja chinesa, ou alguns ramos de arbusto entrelaçados e enfeitados com balões.

Com cada vez mais presença asiática, o comércio aproveita a quadra natalícia para vender de tudo um pouco: bacalhau importado de Portugal, roupa chinesa ou brasileira, comida importada do Senegal e muita bebida.

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