Número de casos de Covid-19 após festa ilegal em Lagos sobe para 90
Autoridade de saúde do Algarve faz um balanço da situação epidemiológica na região, com especial destaque para o concelho de Lagos. Número de infetados relacionados com a festa ilegal é agora de 90, incluindo 9 crianças com idades entre os 0 e os 9 anos, familiares de pessoas que estiveram no evento.
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País Covi-19
A delegada regional de saúde do Algarve disse, em conferência de imprensa esta sexta-feira, estarem identificadas 9 crianças, dos 0 aos 9 anos, no surto relacionado com a festa ilegal em Lagos, além de crianças e jovens entre os 10 e os 19 anos.
Os 90 casos confirmados, disse, não estiveram todos no evento. "Neste momento já temos pessoas que são familiares, nomeadamente estas crianças, de pessoas que estiveram na festa", frisou a responsável em conferência de imprensa para fazer um ponto de situação da evolução da Covid-19 na região.
Ana Cristina Guerreiro adiantou que "até às 00h00 de ontem [quinta-feira]" havia "76 casos", mas entretanto, o número subiu para 90, sendo ainda aguardados os resultados dos testes feitos hoje.
Continuam internadas duas pessoas ligadas à festa de Lagos duas pessoas, sendo que estas estão estáveis, sem necessidade de ventilação.
A maioria dos casos positivos referem-se a pessoas residentes em Lagos, sendo que "nem todos estiverem na festa", havendo já casos em familiares, sublinhou a delegada.
Quanto ao número de testes relacionados com o surto em Lagos, contabilizando os de laboratórios privados, os do ABC e do laboratório regional de saúde pública, já foram realizados 1.222 até à meia noite de ontem cujos resultados já são conhecidos. O processo de testagem massiva prossegue durante o dia de hoje e no fim de semana.
Foi entretanto criada uma equipa para "dar respostas às necessidades", sublinhou Ana Cristina Guerreiro, adiantando que estão 345 pessoas, a maioria relacionada com o caso de Lagos, em isolamento no domicílio.
A responsável frisou na conferência de imprensa que a principal estratégia para conter o surto é a identificação das pessoas que participaram na festa e dos respectivos contactos, sendo a testagem uma estratégia "complementar muito útil quando focada para os grupos que têm contactos com um outro elemento, uns em contexto laboral outros em contexto familiar".
Ana Cristina Guerreiro explicou que, nos resultados recebidos esta sexta-feira já é notório um menor número de casos positivos. "Contamos, dentro de dois três dias, poder passar a uma velocidade cruzeiro com um ou dois casos que sempre acontecem de transmissão familiar", antecipou, apontando, "com risco de falhar", para um número "próximo de 100" as pessoas infetadas neste surto.
A delegada de saúde disse ainda que não está, nesta altura, prevista qualquer "medida mais gravosa". "Em relação à cerca sanitária, não pusemo esse cenário", sublinhou, insistindo que neste momento tal medida não está a ser equacionada. Aliás, acrescentou, "o cenário previsível vai no sentido contrário a uma situação dessas", prevendo-se uma diminuição dos números de casos nos próximos dias.
Questionada sobre a festa ilegal em Lagos, a responsável disse não acreditar ter-se tratado de uma "festa Covid", à imagem do que tem acontecido em alguns casos.
O foco de contágio teve origem numa festa de caráter ilegal ocorrida em 7 de junho, no salão de festas do clube desportivo de Odiáxere, em Lagos, alegadamente para festejar um aniversário. Na festa participaram pessoas de diferentes concelhos e de várias nacionalidades, havendo infetados entre pessoas da mesma família, incluindo crianças e, também, entre colegas de trabalho.
O surto originado por aquela festa já provocou a suspensão de visitas aos utentes em 24 equipamentos sociais do barlavento (oeste) algarvio, num total de 13 estruturas - entre lares de idosos, unidades de cuidados continuados, lares de jovens e de saúde mental -, situadas em oito concelhos.
De acordo com o boletim epidemiológico da DGS divulgado esta sexta-feira, o Algarve contabiliza um total de 480 casos de Covid-19 (ontem eram 448) e 15 óbitos.
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