Neste ano já foram contabilizadas 37 mulheres que foram vítimas mortais de violência doméstica.
Os últimos dados de 2013 revelam um aumento das queixas em relação às 26 mil do ano passado. E o principal alvo continua a ser as mulheres, embora homens, idosos e crianças também sejam vítimas de agressões físicas e verbais vindas de familiares.
Às vezes, penso que a minha vida tem sido muito injusta, mas depois penso que tenho os meus filhos e que estou viva. Há muitas mulheres que morreram. E mais nenhum filho da mãe me vai pôr a mão em cima!" Palavras revoltadas de Matilde (nome fictício), uma entre tantas outras que se encontram numa casa de abrigo da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), por medo de serem encontradas pelos agressores, companheiros ou ex-companheiros.
Matilde contou que aconteceu o mesmo com o homem com quem viveu 14 anos e ia deixar que a história se repetisse, mas tomou consciência da situação e pediu ajuda. "Deixei-o quando começaram as ameaças, o pegar em facas e em pistolas, não chegou à agressão física. Lembrei-me do que tinha passado."