“Os trabalhadores portugueses estão à beira de um ataque de nervos”. A frase é de João Paulo Pereira, presidente da Associação Portuguesa de Psicologia da Saúde Ocupacional que elaborou um estudo sobre a forma como os portugueses encaram o trabalho.
De acordo com o responsável entrevistado pelo Público, o aumento da carga fiscal e as contribuições de solidariedade deixam os trabalhadores desmotivados. A crise que tem contribuído para o aumento do desemprego dá origem a “um receio da parte dos trabalhadores de colocarem em causa o que fazem”, explicou o responsável que acrescentou que, actualmente, os portugueses “fazem tarefas nas quais não se reconhecem”. E mais, “o que obtêm como reconhecimento não é compensador”.
No que diz respeito às empresas, João Paulo Pereira afirmou que as mesmas “não são saudáveis”, porque existem condicionantes socioeconómicas mundiais que estão a “retirar alguma lucidez aos empresários para conseguirem perceber o que podem fazer, para agir em vez de reagir”.
Por empresas saudáveis, o responsável entende que são empresas que gerem, com sucesso, os recursos humanos, sendo, por isso, mais produtivas.