De acordo com a síntese dos dados estatísticos relativos a dezembro, do total de jovens, a esmagadora maioria era composta por rapazes (229) e encontrava-se em regime semiaberto (168), contra 47 em regime fechado e 36 em regime aberto.
No documento salienta-se que, no final do ano, dez jovens estavam em "ausência não autorizada", pelo que, de facto, eram 241 jovens efetivamente presentes. Na mesma data, outros 41 jovens estavam com medida de internamento em regime de fim de semana, mas não foram considerados, "dada a curta duração destas medidas", justifica a DGRSP.
Salienta-se ainda o decréscimo de jovens internados de 3,46 por cento, relativamente ao mês anterior, o que faz do atual valor o mais baixo de há dois anos.
Da síntese realça-se também que a grande maioria dos jovens (93 por cento) estava em cumprimento de medida tutelar de internamento, com seis por cento em medida cautelar de guarda e um por cento em internamento, para realizar perícia sobre personalidade.
Quanto à idade, cerca de 83 por cento dos jovens tinha 16 anos ou mais. Do total de jovens, 13 por cento eram de nacionalidade estrangeira, a maioria destes de países africanos, e a maioria também era oriunda da região da chamada "grande Lisboa".
"Aos 251 jovens internados em dezembro de 2013 corresponderam um total de 2108 crimes", segundo os dados da DGRSP. "Continuaram a destacar-se os crimes contra o património (52%), subcategoria de crimes contra a propriedade, entre os quais os vários tipos de roubo e furto".
"Seguiu-se a categoria de crimes contra as pessoas (40%), subcategoria de crimes contra a liberdade pessoal (Ameaça e coação) e contra a integridade física", diz a síntese.
A constante diminuição de jovens internados está relacionada com o trabalho de acompanhamento desenvolvido junto dos jovens para evitar a reincidência e com a tendência de muitos juízes de aplicar medidas fora da justiça, disse recentemente à Lusa o subdiretor-geral da DGRSP, Licínio Lima.
Num estudo publicado também pela DGRSP, em novembro passado, indicava-se que a esmagadora maioria dos jovens que tinham praticado crimes sofria de perturbações mentais. Numa amostra de 210 jovens agressores, num total de cerca de 260 internados em centros educativos, 90% receberam pelo menos um diagnóstico psiquiátrico, com as perturbações disruptivas do comportamento a serem as mais frequentes. Nenhum destes jovens, segundo o estudo, tinha acompanhamento psiquiátrico.