"PALOP têm de reforçar políticas de apoio aos toxicodependentes"

Os governos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) têm de trocar experiências para que possam reforçar as respostas aos consumidores de drogas, afirmou hoje o diretor executivo de uma organização não-governamental portuguesa.

Notícia

©

Lusa
16/01/2014 15:19 ‧ 16/01/2014 por Lusa

País

ONG

Em entrevista à agência Lusa, José Queirós, diretor executivo da Agência Piaget para o Desenvolvimento (APDES), lembrou que essa é a razão que levou a ONG portuguesa a promover, em parceria com o Governo cabo-verdiano, a 1.ª Conferência Internacional sobre Políticas de Droga nos PALOP, que termina hoje na Cidade da Praia.

Uma das ideias da conferência é criar uma "plataforma de trabalho" entre os executivos de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, que estão a demonstrar uma "grande recetividade" perante a necessidade de experimentar trocar saberes, metodologias e conhecimentos entre profissionais, serviços públicos e serviços prestados por ONG, salientou.

"A maior parte dos Governos está a demonstrar uma grande recetividade a esta plataforma de trabalho, pois percebeu que é necessário experimentar a troca e partilha de forma a melhorar as respostas que tem de dar aos consumidores de drogas e comunidades envolventes", sublinhou José Queirós.

O diretor executivo da APDES, com sede no Porto, disse esperar que a conferência da Cidade da Praia, iniciada na quarta-feira, possa começar a apoiar o grande problema que existe nos cinco países: procurar uma melhor articulação entre as políticas de combate às drogas, de repressão, e as de saúde e proteção social.

"O que faltava, e irá faltar ainda durante algum tempo, é uma melhor articulação entre as políticas de combate às drogas, relativas ao tráfico e à questão da oferta, e outras voltadas para os utilizadores de drogas, para os que fazem consumos problemáticos de drogas e que precisam de apoio social, sanitário e de um cuidado que, neste momento, ainda não é tido em conta modo devido", explicou José Queirós.

A mesma resposta dada ao que faltava serviu também para o que está a ser feito e o que deve ser feito, tendo José Queirós acrescentado a ideia que parece estar a surgir entre os Governos dos PALOP, de mudança de atitude política face à desarticulação.

"Parece-nos que muitos políticos dos PALOP, muitos Governos, estão a tomar uma consciência crítica de que é necessário, não só combater as drogas e utilizar as políticas de drogas, mas também voltarem-se para os seus cidadãos e comunidades e começarem a promover o bem-estar como um dos objetivos primeiros da sua intervenção e dos seus desenhos de políticas públicas".

Nesse sentido, defendeu, para o futuro, um maior investimento nos recursos financeiros e técnicos, na formação de profissionais e na construção de dispositivos de saúde que apoiem os consumidores de drogas, suas famílias e comunidades envolventes.

Esta articulação de políticas, "ou esta nova perspetiva um pouco mais orientada para as questões de saúde e de proteção social", poderá partir de um protocolo de cooperação que deverá ser estabelecido hoje entre os diferentes Governos dos PALOP.

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas