No seu relatório anual sobre as tendências mundiais do emprego, publicado hoje em Genebra, o organismo das Nações Unidas explica que esta subida do desemprego "reflete o facto de o emprego não estar a expandir suficientemente rápido para acompanhar o crescimento da força laboral".
A taxa de desemprego mundial alcançou assim no ano passado os 6%, de acordo com as estimativas da OIT, que apontam ainda para que, desde o início da crise, em 2008, 23 milhões de trabalhadores tenham deixado de procurar emprego.
Se a tendência se mantiver, segundo a organização, o número de desempregados deverá continuar a subir e atingir mais 13 milhões de pessoas até 2018, fixando-se nos 215 milhões de desempregados em todo o mundo, sendo que entre os jovens continua a ser "particularmente afetado pela fraca e incerta" recuperação da economia.
Desde 2007, que o número de jovens que não estuda nem trabalha, designados por ‘nem nem’, está a aumentar em Portugal, avança o relatório mais recente da OIT sobre emprego, citado hoje pelo Diário Económico.
De acordo com o documento, a taxa de jovens nestas condições aproximava-se dos 15%, o que coloca Portugal a meio da tabela dos 40 países analisados.
Contudo, estes jovens constituem o grupo mais afetado pela crise, nomeadamente nos países sob resgate financeiro. A OIT revela que Grécia, Irlanda e Portugal perderam, no conjunto, 1,6 milhões de postos de trabalho e 75% desta redução (1,2 milhões de empregos) atinge faixas etárias entre os 15 e 34 anos.
No ano passado, existiam cerca de 202 milhões de desempregados por todo o Mundo, mais cinco milhões em relação ao ano anterior. Pelo que, alerta a OIT, se este ritmo continuar, o desemprego afetará mais de 215 milhões de pessoas em 2018.