Quando viu uma turma de alunos ser praxada, de uma forma que não considerava adequada, um professor de psicologia da Universidade do Minho dirigiu-se aos ‘doutores’, nome dado aos alunos que praxam, alertando-os para a sua atitude.
Foi então que um estudante lhe colocou a questão que estava a ser posta aos ‘caloiros’: “O que é o caralho?”. A pergunta chegou mesmo a ser colocada por outros ‘doutores’, que entenderam assim ‘praxar’ o professor.
“Passei eu a ser o objeto da praxe. Fiquei estupefacto com a situação e dirigi-me a ele perguntando se tinha confiança comigo para me falar daquele modo. Ao aproximar-me, fui abordado fisicamente por outro aluno, que me agarrou”, contou o docente, num e-mail enviado a toda a universidade e ditado pelo Diário de Notícias.
A situação só terminou quando o professor chamou os seguranças. “No caminho, fiquei horrorizado a pensar que os meus dois filhos terão de passar por aquilo se um dia chegarem à universidade, uma escola de valores baseados sempre no respeito pelos outros”, lamentou.
António Rui Gomes conta ainda que chegou mesmo a pensar fazer queixa na polícia, não tendo avançado para não prolongar a ridicularização de que foi alvo. Em vez disso, solicitou ao segurança que identificasse o aluno, para que a situação seja relatada à Reitoria.