Em declarações à Agência Lusa, José Arruda, adiantou que a direção da ADFA reuniu-se hoje com a secretária de Estado da Defesa Nacional, Berta Cabral, na sequência de queixas sobre "o atraso" no fornecimento de próteses a deficientes das FA, da responsabilidade do Hospital das Forças Armadas.
Segundo o responsável, a ADFA fez várias exposições ao ministério da Defesa Nacional manifestando "indignação" por o processo de fornecimento de material de reabilitação "ser muito lento", frisando que há antigos combatentes que esperam "três e quatro meses" quando o "normal seria 15 dias ou um mês no máximo, após a prescrição médica".
"Nós transmitimos que nunca chegámos tarde à guerra. Nós somos do Serviço Militar Obrigatório, somos soldados que foram à Guerra Colonial. Para isto não pode haver `troika´", afirmou.
José Arruda disse ter recebido da parte da secretária de Estado Berta Cabral "a garantia absoluta de que a breves dias será tomada uma medida para resolver esta matéria".
"Foi inequívoca. Houve um reconhecimento de que há camaradas nossos em sofrimento", afirmou José Arruda, acrescentando que os atrasos verificam-se "há um ano" e atingiram vários associados num conjunto de cerca de 200 amputados no distrito de Lisboa.
José Arruda sublinhou ainda que antes da concentração de serviços de saúde num único hospital (das Forças Armadas) os antigos combatentes eram seguidos nos hospitais do ramo militar respetivo, admitindo que o processo de fusão tenha tido implicações na gestão de material.
O presidente da ADFA disse compreender a "situação do país e as regras da administração pública" [para a aquisição e fornecimento de material] mas defendeu que "são injustificáveis" atrasos que considera "porem em causa os direitos humanos".
O atraso no apoio a estes militares foi hoje referido na comissão parlamentar de Defesa Nacional, que deverá aprovar na próxima semana uma visita ao novo Hospital das Forças Armadas.
A iniciativa partiu do deputado do PS Marcos Perestrello que apontou notícias que dão conta de "dificuldades sérias no processo de implementação do Hospital das Forças Armadas".
João Rebelo, do CDS-PP, condenou o "atraso absolutamente inaceitável e desumano" no tratamento e apoio aos deficientes das Forças Armadas.