"Isto é uma república das bananas"

A polémica com a venda dos quadros Miró e a reforma judiciária anunciada esta semana pela ministra da Justiça foram dois dos temas sobre os quais Marcelo Rebelo de Sousa se debruçou durante o seu habitual comentário no telejornal da TVI. Para o professor, a confusão com o leilão das obras de arte veio demonstrar que “isto é uma república das bananas” e o novo mapa judiciário é “o retrato do país desertificado que temos”.

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Patrícia Martins Carvalho
09/02/2014 21:35 ‧ 09/02/2014 por Patrícia Martins Carvalho

Política

Marcelo

Marcelo Rebelo de Sousa disse este domingo, no seu habitual comentário na antena da TVI, que a confusão gerada em torno da venda das 85 obras do pintor Joan Miró veio demonstrar que “isto é uma república das bananas”, pois, explicou, “nem a ministra das Finanças, nem o secretário de Estado da Cultura controlaram a questão”.

O professor universitário criticou o facto de ninguém ter “ponderado ficar com quatro ou cinco quadros”. Para o ex-líder do PSD, vender 85 quadros em pacote, não se tratando de uma coleção, é “desvalorizar” as obras.

Sobre o novo mapa judiciário, Marcelo Rebelo de Sousa referiu os “aspetos positivos” da “corajosa” medida implementada pela ministra Paula Teixeira da Cruz, mas, ao mesmo tempo, aconselhou o Estado a fazer mais pelo interior do país.

“Especializar os tribunais e tentar ensaiar um novo esquema de gestão dos mesmos são aspetos positivos”, referiu, acrescentado que a necessidade de encerrar tribunais é o “retrato do país desertificado que temos”.

“Aceito a ideia de desaparecerem 20 tribunais, mas então o que se vai fazer para que esses municípios não morram? Esta é mais uma catanada nos municípios que, se não eram estimulantes para se lá viver antes do encerramento dos tribunais, então agora, sem acesso à justiça menos são”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa.

Para o professor catedrático, “agora que vêm aí fundos comunitários [o Executivo] deve olhar para os municípios e ver o que é possível fazer para no futuro haver mais pessoas e mais empresas”.

“A solução não passa [como diz Seguro] pelo não encerramento dos tribunais, mas sim pela criação de condições de vida para fixar as populações no interior”, concluiu.

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