Sete anos e 97.996 interrupções voluntárias da gravidez. São estes os dados apresentados pela Direção-geral de Saúde (DGS), referentes ao período entre 2008 e 2012 e citados pelo Diário de Notícias.
Desde que a lei do aborto foi referendada, realizaram-se em Portugal quase cem mil abortos. O ano de 2011 foi aquele em que mais interrupções foram feitas, 20.480, resultante de um aumento em continuo desde 2008. A partir de 2012, o número de abortos tende a diminuir, contudo, os dados apresentados mostram que Portugal se encontra abaixo da média europeia.
Nesses sete anos, lê-se no Diário de Notícias (DN), 97% das interrupções realizaram-se por vontade e opção da mulher (95.125). Só em 2012, dos 18.924 casos de aborto legal, 18.408 deram-se também por opção da mulher, seguindo-se interrupções voluntárias por motivo de doença grave ou malformação congénita do nascituro (437).
Perigo de morte ou grave e duradoura lesão grave para saúde física e psiquiátrica da mulher, gravidez resultante de crime e única alternativa para remover perigo de morte ou grave lesão para a saúde da grávida foram outros dos principais motivos apresentados pelas mulheres para que o aborto fosse realizado.
Embora o número de abortos tenha tendência a diminuir, são ainda frequentes os casos de mulheres que repetem o procedimento. Deste modo, refere o DN, em 2012, 20,4% das mulheres que já tinham realizado uma interrupção, 4,3% já o tinha feito por duas vezes, 1,5% por mais de duas ou três vezes e 1,7% já o tinha feito pelo menos uma vez naquele mesmo ano.
Desde que a lei do aborto entrou em vigor, o número de atendimentos por complicações no serviço de urgências baixou significativamente, tendo-se registado apenas 241 entre 2008 e 2012, um número consideravelmente baixo quando comparados com o período entre 2002 e 2007 (1.258 casos).