Madrugada dentro, no XXXV Congresso do PSD, no Coliseu dos Recreios de Lisboa, o agora vereador do antigo líder da bancada parlamentar do PCP, que conquistou a autarquia aos socialistas nas últimas eleições, mostrou-se também "francamente emocionado" com o sucesso e a presença de quatro ex-líderes na sala de espetáculos lisboetas.
"Há 40 anos, se me dissessem que ia fazer uma coligação com a CDU (Coligação Democrática Unitára), arrepiava-me todo. Acho que eles também se arrepiam comigo. Estou a ter muito gosto, não em trabalhar para a CDU nem a CDU a trabalhar para o PSD, mas sim para os 205 mil habitantes de Loures", disse, bem-humorado, sobre o acordo local com a força política comandada pelo PCP.
Fernando Costa chegou mesmo a manifestar "a esperança de que um dia (Bernardino Soares) deixe de ser comunista".
"Sá Carneiro está descansado porque sabe que é mais fácil ele vir para a social-democracia do que eu ir para o marxismo", afirmou, divertindo a plateia.
O militante do PSD presente nos "35 congressos e em tantas dezenas de conselhos nacionais" congratulou-se ainda por, "no ano em que Portugal está a passar por uma das piores crises da sua história", a "família social-democrata" juntar-se "nesta hora também de esperança" para, segundo o próprio, espantar "até os jornalistas e as televisões".
Fernando Costa referia-se também ao facto de quatro antigos líderes do PSD (Luís Filipe Menezes, Marcelo Rebelo de Sousa, Marques Mendes e Santana Lopes) terem marcado presença ao longo da tarde e noite, elogiando a "liderança de Passos Coelho" e o facto de "muitos militantes doridos pela crise" começarem agora "a ter alguma esperança, a ver a luz".
O militante do PSD, presidente do município das Caldas da Rainha durante 28 anos, quis ceder tempo a Marques Mendes no palco, incitando-o a intervir ou, em alternativa, a subir ao palco e dar-lhe um abraço, mas o antigo ministro de Cavaco Silva, agora comentador televisivo, declinou simpaticamente.