O comandante do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa pediu ao CCP, órgão que convocou o protesto dos agentes da autoridade para a próxima quinta-feira, e aos demais sindicatos dos agentes da autoridade, numa reunião que teve lugar ontem à tarde, para terem calma, alertando para o facto de estarem polícias dos dois lados, o que pode aumentar exponencialmente os riscos, segundo indica o jornal i.
A direção nacional da PSP já anunciou que vai mobilizar todos os elementos do Corpo de Intervenção (CI) para a manifestação, e o comando geral da GNR também já decidiu que terá militares da Unidade de Intervenção dentro da Assembleia da República.
O forte dispositivo de segurança, bastante superior ao da manifestação que decorreu em novembro do ano passado, explica-se com as polémicas que tem surgido em torno do assunto na última semana.
Miguel Macedo, ministro da Administração Interna, perguntou na última quinta-feira ao diretor nacional da PSP se havia condições para evitar um incidente semelhante ao de novembro, quando as forças de segurança invadiram escadaria do Parlamento. A pergunta terá caído mal dentro da PSP, que teme que o policiamento do perímetro seja entregue às forças da GNR, a quem compete a segurança interior do edifício.
Acresce ainda a preocupação com um maior número de ‘infiltrados’, grupos de civis que se imiscuirão na manifestação com o intuito de criar desacatos. Nas redes sociais têm surgido vários apelos à manifestação, inclusive, um pedido de ocupação do “perímetro do Assembleia”.
As declarações de Macedo no rescaldo da última manifestação, quando afirmou que a subida da escadaria do Parlamento não voltaria a repetir-se, também pesam na lista de preocupações, pois essas palavras ainda ressoam nos ouvidos das forças de segurança como uma provocação: “Os polícias não esqueceram. Miguel Macedo nunca deveria ter dito o que disse”, sustenta fonte da GNR, citada pelo i.