A concentração, que se intitula "Mulheres em Luta", inicia-se às 15:00 e escolheu o mote da luta como uma forma "de reivindicar o 8 de março como dia das lutas das mulheres, para contrariar o aproveitamento que ocorre e que esvazia o dia de conteúdo", explicou Vera Silva, da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), uma das entidades envolvidas na organização da concentração.
"Esta é uma forma de se tomar consciência dos diferentes problemas que afetam as mulheres", disse à agência Lusa a membro da UMAR, considerando que a ação visa reivindicar "a emancipação social, política e económica da mulher".
Durante a concentração, estarão presentes painéis expositivos com dados e informações "sobre o desemprego, a precariedade e as mulheres", exemplos de "lutas de mulheres um pouco por todo o mundo", assim como a exposição da campanha "contra as discriminações na Universidade de Coimbra", pela plataforma Coimbra Contra a Opressão, outra das entidades envolvidas na organização, aclarou.
A iniciativa, que conta ainda com a participação da República das Marias do Loureiro, República Ninho dos Matulões e Café feminista na dinamização do evento, terá uma performance em torno do aborto.
Esse espetáculo pretende ser uma ação de solidariedade para com as mulheres de Espanha, onde o aborto foi criminalizado, mas também uma forma de criticar a possibilidade de "passar a haver taxas moderadoras" quando se aborta em Portugal, sublinhou Vera Silva.
À noite, no Ateneu de Coimbra, a associação Não te Prives irá promover uma sessão de leitura de poesia e de textos intitulada "Porra, Manas!".
A frase, de acordo com Cristina Santos, presidente da associação, surge de um livro de Maria Velho da Costa, em que uma das personagens "solta essa expressão", que, para a também socióloga, remete para "a lógica da irmandade, do companheirismo, mas também de uma maior consciencialização. Um murro na mesa".
O evento, que se realiza pela segunda vez consecutiva e que se quer como "imagem de marca", conta com a presença da escritora Ana Luísa Amaral e serão declamados poemas das escritoras portuguesas Natália Correia e Isabel de Sá, da brasileira Clarice Lispector e da espanhola Diana Torres, entre outras.
"Depois, haverá um momento em que convidamos o público a ler poemas que tenham trazido, em torno das ideias de emancipação, autodeterminação, mulheres ou sexualidade", informou.