Miguel Macedo apela a mais prevenção na defesa da floresta

O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, destacou hoje o reforço da instrução no novo plano estratégico de formação dos bombeiros, mas alertou para a necessidade de reforçar a prevenção nos fogos florestais.

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Lusa
12/03/2014 14:58 ‧ 12/03/2014 por Lusa

País

Bombeiros

"Não é uma revolução, mas é um passo muito significativo em frente", afirmou o ministro, sobre o Plano Estratégico de Formação dos Bombeiros Portugueses 2014-2016 apresentado hoje em Sintra. Miguel Macedo salientou que o plano responde à melhoria na área do combate, mas sublinhou a importância da prevenção, até "do ponto de vista pedagógico".

Embora reconhecendo que "as florestas não se limpam com leis", o governante considerou que tem sido efetuado um esforço legislativo para alterar o enquadramento jurídico da gestão florestal, que precisa de ser complementado com ações no terreno envolvendo as diversas entidades.

O plano apresentado pela Escola Nacional de Bombeiros (ENB) aposta na formação dos bombeiros nas corporações e o reforço da componente de instrução. O documento estabelece que a formação básica deve realizar-se nos corpos dos bombeiros e nas 29 unidades locais de formação existentes no país, assegurando os centros de formação da ENB a qualificação de elementos de comando, graduados e formadores.

A formação deve ser realizada de preferência nos períodos de disponibilidade dos bombeiros voluntários, nomeadamente em horário noturno e durante o fim de semana. O presidente da ENB, José Pereira, explicou que o plano visa o reforço do "treino e a instrução contínua" nas corporações.

A formação à distância será uma nova vertente a desenvolver no âmbito do novo plano, que permitirá reduzir a duração dos cursos. As novas tecnologias serão também adotadas em ações com simuladores, que possibilitam recriar cenários e diferentes tipos de sinistro nos planos de formação dos agentes de comando.

O presidente da ENB revelou que o plano prevê ações de formação específicas com peritos internacionais, em colaboração com organismos congéneres de Espanha e França. Está também planeado um maior recurso à colaboração com especialistas e instituições universitárias portuguesas.

Até ao final de junho, a ENB tem planeada a realização de 244 ações de formação na área dos incêndios florestais, envolvendo 3900 operacionais.

"A qualidade da formação dos bombeiros portugueses há muito que é boa", defendeu José Pereira, recusando a existência de "facilitismo" no planeamento formativo dos agentes de socorro. No entanto, o responsável espera que o novo plano contribua para reforçar a componente da instrução.

Miguel Macedo também destacou a maior preocupação com o treino e instrução, como forma de reforçar as competências nos corpos de bombeiros. Em termos de material, o ministro espera poder assegurar a distribuição até meados do ano de novos equipamentos de proteção individual para os bombeiros, num investimento de sete milhões de euros.

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, mostrou-se satisfeito com "a evolução" patente no novo plano, mas recusou que os bombeiros não possuam hoje a formação adequada para prestar o socorro às populações.

Os fogos florestais, notou Marta Soares, representam apenas "seis por cento da atividade dos corpos de bombeiros" e a gestão da floresta terá de ser assumida como uma prioridade para minimizar os danos que o país tem sofrido nesta área.

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