Na opinião de Alexandre Soares dos Santos, que abandonou em 2013 a presidência da Jerónimo Martins, o 25 de Abril de 1974 trouxe de positivo a "promessa da democracia e da liberdade". No entanto, questionado sobre o que falta mudar, o empresário responde, no âmbito de um conjunto de entrevistas que o Diário de Notícias tem vindo a publicar a propósito da comemoração do 40.º aniversário da Revolução dos Cravos: "Tudo".
"Está por cumprir o sonho de Abril: falta-nos liberdade, temos Estado a mais e democracia a menos", sublinha Soares dos Santos., sustentando que “a nossa democracia é imatura e insuficiente e não vale a pena desculparmo-nos com a sua juventude porque aos 40 anos já ninguém tem o direito de ser inconsciente ou irresponsável”.
Apesar desta opinião, o empresário, que foi aluno de Marcello Caetano na Faculdade de Direito, defende que “faz e fará sempre” sentido falar sobre os ideais da Revolução dos Cravos, “na medida em que a democracia e a liberdade devem ser debatida, praticadas, cultivadas e regadas como se fossem uma flor rara”.
Sobre o que trouxe de positivo e negativo o golpe militar de Abril de 74, Soares dos Santos destaca “a promessa da democracia e da liberdade” mas, pelo lado negativo, “a destruição do tecido agrícola e industrial do país pelo PCP, a injeção do ódio entre classes sociais e as perseguições individuais”. Sendo que, esclarece, para a sua vida "felizmente, não mudou rigorosamente nada".