Projeto português vai iluminar famílias da Guiné-Bissau

Um projeto português vai iluminar as casas de centenas de famílias em zonas rurais da Guiné-Bissau e dar-lhes formação para gerirem uma central solar e a rede elétrica, adiantou hoje um dos responsáveis à agência Lusa.

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Lusa
18/03/2014 17:52 ‧ 18/03/2014 por Lusa

País

África

Intitulado em crioulo "Bambadinca sta claro", que em português significa "Bambadinca está iluminada", o projeto beneficia a aldeia, mas desafia-a também a garantir a sustentabilidade do fornecimento de energia elétrica, explicou David Afonso, coordenador de projeto.

Uma central fotovoltaica Central Fotovoltaica Híbrida de 312 kW foi construída no âmbito da iniciativa e nos próximos meses vai avançar a instalação da rede elétrica em toda a zona de Bambadinca.

"Esperamos a partir de setembro poder fornecer energia", referiu David Afonso.

Do total de 840 agregados familiares de Bambadinca, o grupo-alvo são os 400 mais carenciados, acrescentou.

Ao mesmo tempo, têm sido realizadas ações de formação, tanto a nível técnico, para eletricistas, como ao nível da gestão e administração - não só do negócio, como também da economia familiar com apoio a atividades geradoras de rendimento e poupança para adesão ao serviço.

David Afonso falava hoje à agência Lusa, em Bissau, à margem de uma sessão de apresentação do tarifário do Serviço Comunitário de Energia de Bambadinca.

O esboço prevê que as famílias mais carenciadas possam ter acesso a energia a partir de 7,5 euros por mês, mas David Afonso acredita que ainda seja possível baixar o valor.

O projeto prevê que cada agregado familiar que adira ao serviço reduza a despesa em eletricidade (geradores privados) e substitutos de 24% para 10% do rendimento disponível.

Prevê-se ainda que seja possível fixar novas empresas e criar postos de trabalho diretos e indiretos.

A Guiné-Bissau é um dos países mais pobres do mundo, onde só cinco por cento da população, concentrada na capital, Bissau, tem acesso a eletricidade, e na maior parte dos casos em condições precárias.

O projeto é coordenado pela TESE- Associação para o Desenvolvimento pela Tecnologia, Engenharia, Saúde e Educação, financiado pela Cooperação Portuguesa e conta ainda com o apoio da Universidade de Lisboa.

A Associação Comunitária para o Desenvolvimento de Bambadinca será responsável pela gestão do sistema.

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