Em comunicado, o SITE congratula-se pelo "êxito" dos quatro dias de greve cumpridos pelos trabalhadores da (empresa de resíduos) Valorsul, considerando que deram "uma grande prova da sua consciência social e cívica".
Os trabalhadores daquela empresa cumpriram, entre as 00:00 de segunda-feira e as 24:00 de quinta-feira, uma greve contra a privatização da EGF, uma 'sub-holding' do grupo Águas de Portugal para o setor dos resíduos, da qual faz parte a Valorsul.
Para o sindicato, essa privatização irá "transformar uma empresa lucrativa, prestadora de um serviço público essencial, num negócio privado, ruinoso para o país e para as populações".
"Apesar das pressões exercidas pelos governantes, das ameaças e das manobras intimidatórias da administração, a greve cumpriu os seus objetivos, traduzindo-se num grande sucesso", lê-se no comunicado.
Segundo o SITE, "nenhum carro de resíduos entrou na central do S. João da Talha nem no aterro sanitário do Mato da Cruz". O sindicato considera que a greve permitiu também sensibilizar autarcas e a opinião pública para as "graves consequências que adviriam, em termos do aumento do custo do serviço para as populações e da degradação da qualidade ambiental, se a recolha e tratamento dos resíduos domésticos passassem a ser feitos por empresas privadas".
O processo de privatização da Valorsul, já promulgado pelo Presidente da República, tem sido criticada pelos municípios que serve e que também são acionistas da empresa: Alenquer, Alcobaça, Amadora, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lisboa, Loures, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Odivelas, Peniche, Rio Maior, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira.
O presidente da Câmara de Lisboa tem sido dos mais críticos, tendo já avisado que se a privatização dos resíduos avançar, os municípios acionistas "rebentam" com o monopólio da empresa.
Por seu lado, o autarca de Loures, Bernardino Soares, fez saber que vai avançar com uma providência cautelar para impedir a privatização Valorsul.