Cerca de um terço dos homícidos ocorreu dentro da família

O presidente da Comissão de Proteção às Vítimas de Crime considerou hoje "significativo" que os dados do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) indiquem que cerca de um terço dos crimes de homicídio em Portugal ocorrem dentro da família.

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Lusa
29/03/2014 15:26 ‧ 29/03/2014 por Lusa

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Segurança

Lisboa, 28 mar (lusa) - O presidente da Comissão de Proteção às Vítimas de Crime considerou hoje "significativo" que os dados do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) indiquem que cerca de um terço dos crimes de homicídio em Portugal ocorrem dentro da família.

Em declarações à Agência Lusa, Carlos Anjos referiu que as alterações mais significativas prendem-se com o aumento da violência doméstica, dos abusos sobre menores e das ofensas corporais simples e graves, sendo que esse aumento verifica-se "dentro da família", atingindo também os idosos.

O presidente da Comissão de Protecção às Vítimas de Crime chamou ainda a atenção para o facto de os primeiros dados do RASI sobre homicídios divulgados sexta-feira (que indicam 116 homicídios) não estarem corretos, dizendo que o número real é 150, conforme consta do relatório da Polícia Judiciária.

Carlos Anjos sublinhou que 40 destes homicídios resultaram do crime de violência doméstica, o que permite concluir que cerca de um terço dos homicídios ocorre dentro da família.

"Há um aumento dos crimes cometidos dentro da família", alertou o antigo inspetor da Polícia Judiciária (PJ), sublinhando que também que a maioria dos abusos sexuais verifica-se dentro da família.

Segundo Carlos Anjos, as forças policiais e de segurança, através da prevenção e do combate à criminalidade, tem conseguido evitar e fazer diminuir a criminalidade das ruas, como os roubos, mas a família, pela sua própria natureza, é uma área que escapa à prevenção policial, sendo hoje um "local bastante inseguro da sociedade portuguesa".

Assim, explicou, os crimes nas famílias contra mulheres, maridos, crianças e idosos tem aumentado exponencialmente, como revelam os dados do RASI, enquanto a restante criminalidade, em sua opinião, tem estado, de alguma forma, "estável", muito embora com tendência para descer.

Quanto ao aumento dos assaltos à mão armada a postos de combustíveis e a farmácias, Carlos Anjos desvalorizou a subida, dizendo que a mudança percentual resulta de apenas mais sete ou oito ocorrências anuais, o que não é relevante.

Notou que a estatística dos homicídios pode gerar dúvidas, tanto mais que se desconhece, por exemplo, se as mortes ocorridas na praia do Meco foram ou não contabilizadas como homicídio (por negligência), uma vez que a investigação ainda decorre e não há conclusões sobre o que aconteceu.

Segundo os dados divulgados na sexta-feira, a criminalidade violenta e grave desceu 9,5 por cento, em 2013, com as forças e serviços de segurança a registarem menos 2.123 casos.

Quanto à criminalidade geral, o relatório revela que desceu 6,9 por cento, tendo a PSP, GNR e Polícia Judiciária recebido menos 27.375 participações no ano passado do que em relação a 2012.

FC // SMA

lusa/fim

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