O administrador do Hospital de São João, no Porto, dá hoje uma entrevista ao jornal i, em que reflete sobre o presente e o futuro do Serviço Nacional de Saúde, dizendo que “está falido” e que tudo indica que “a despesa vá crescer” nos próximos anos.
“Todos os indicadores (custo da inovação terapêutica e demografia) mostram que a despesa vai continuar a crescer. Tivemos medidas para estancar a hemorragia, mas é preciso alterar e reformar o sistema para perceber o que gastamos, em quê e se há dinheiro”, afirma António Ferreira.
No entender do especialista, a alteração passa por mudar o modelo de financiamento das unidades, fazendo com que o “dinheiro disponível seja distribuído pelo país de forma equitativa em função da capacitação”.
“Eu passava por pôr os hospitais a andar atrás dos clientes em vez do pensamento de hoje: que chatice, vem aí mais um doente”, adianta o médico, que garante que “não há dinheiro para dar tudo a todos”.
“Se não se fizer uma gestão para dar o possível a todos, quando eu tiver uma leucemia, vou morrer como um cão em casa porque não há dinheiro para me receberem no hospital”, lamenta.