“Ainda há muito desperdício na sociedade portuguesa. Acho que há ainda muito onde podemos reduzir sem ter, necessariamente, de impor mais cortes aos pensionistas. Não se podem impor mais cortes a quem já não aguenta mais. Há limites que não se podem ultrapassar, porque é um erro estratégico”, afirmou, ontem à noite, presidente do Banco Alimentar Contra a Fome, em declarações à Rádio Renascença.
Na perspetiva de Isabel Jonet, “a crise em Portugal ainda está para durar do ponto de vista das pessoas”, o que faz com que o crescente número de cidadãos sujeitos a graves privações seja mais preocupante do que aquilo que os números do INE podem fazer pensar.
A capacidade das instituições de solidariedade de acolher os mais desfavorecidos tem permitido que não se instale no país um estado de rutura, considera a responsável, que vê as “redes sociais como os piores inimigos dos desempregados”.
“Muitas vezes, as pessoas ficam desempregadas e passam dias e dias agarradas ao Facebook, ou a jogos e a amigos que não existem e vivem uma vida que é uma total ilusão”, afirmou, recomendando que as pessoas desempregadas se empenhem na tarefa da procura de emprego e que se envolvam em programas de voluntariado.