No sábado, o semanário Expresso noticiou que mais de uma dezena de portugueses está envolvida em operações da Al-Qaeda na Síria, o que tem deixado os Serviços de Informação Estratégica da Defesa (SIED) em alerta.
Hoje, o Diário de Notícias escreve que a revelação feita pelo SIRP ao Expresso deixou a Unidade de Coordenação Antiterrorismo (composta por elementos das ‘secretas’, Polícia Judiciária, Polícia Marítima, GNR, SEF e PSP) incrédula.
Fonte da Unidade de Coordenação Antiterrorismo (UCAT) disse ao Diário de Notícias ter ficado surpreendida com a revelação.
“A regra, inquebrável até agora, tem sido sempre não se falar sobre terrorismo para não criar alarme público”, começou por explicar a mesma fonte, acrescentando ainda que “na UCAT, aliás, os representantes do SIS (Serviço de Informações de Segurança) e do SIED raramente partilham dados desta natureza com as forças representadas”.
Quem também ficou surpreendido e até indignado com a revelação de tais dados foi o ex-espião, Jorge Silva Carvalho.
Na sua página do Facebook, o ex-diretor do SIED escreveu que a revelação feita pelo SIRP demonstra um “aparente menosprezo pela condução operacional” das investigações em curso.
E mais. Jorge Silva Carvalho considera que “a declaração do SIRP não só indica aspetos do modus operandi, como refere expressamente que a atividade operacional se encontra em curso, mais concretamente em monitorização”.
O que, a seu ver, vai “prejudicar definitivamente a miríade de opções operacionais de acompanhamento futuro dos referidos indivíduos”.