O relatório da ONU do ano passado, baseado em dados portugueses e enviados pela UNICEF, afirmava que “28,6% das crianças portuguesas estavam, em 2011, em risco de pobreza” e que “muitas não tinham acesso aos mínimos da alimentação, educação e proteção social”.
Os dados, divulgados pelo INE em março deste ano, apontam que a percentagem da “população portuguesa que se encontra em risco de pobreza subiu para os 18,7% em 2012”, o que faz com que existam 1.961.122 portugueses nestas condições.
Estes valores são os que registaram os números mais elevados, desde 2005.
Segundo Eugénio Fonseca, “o INE dá os dados com muito atraso e às vezes os critérios não refletem a realidade, mas nós que estamos no terreno sabemos que a pobreza é superior aos dados oficiais”.
Segundo a Cáritas, o número de pessoas acompanhadas aumentou 33% no último ano. No total, mais de cem mil pessoas bateram à porta da Associação, que acaba por ter de “encaminhar 55% dos casos para outras entidades, por não ter meio para servir a todos”, afirmou ainda Eugénio Fonseca.
De acordo com o Núcleo de Observação Social, “o principal problema das pessoas que pedem ajuda é a falta que rendimento, que afeta 75,77%”.