Padre Max dá nome a rua de Vila Real

A Câmara de Vila Real inaugura no dia 25 de Abril, uma rua com o nome do padre Max, sacerdote que foi assassinado nesta região em 1976 com recurso a uma bomba colocada no seu carro.

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Lusa
23/04/2014 12:09 ‧ 23/04/2014 por Lusa

País

25 Abril

O município assinala os 40 anos da Revolução dos Cravos com um conjunto de iniciativas que arrancam hoje e visam chamar principalmente a atenção dos mais novos para o acontecimento que mudou o país.

O presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, afirmou à agência Lusa que, no programa previsto se destaca a atribuição do nome do padre Max a uma rua da cidade e cuja inauguração decorrerá na sexta-feira.

"É simbolicamente um ato que merece um especial destaque. É, no fundo, o reconhecimento de uma personalidade muito grata e é também a marcação de um período muito conturbado da nossa vida coletiva, mas que claramente deixou uma marca indelével na nossa vida", frisou.

O padre Maximino Barbosa de Sousa foi assassinado na região de Vila Real a 02 de abril de 1976 vítima de uma bomba colocada no seu carro, que matou também a estudante Maria de Lurdes, a quem o clérigo tinha dado boleia.

O sacerdote aceitou ser candidato como independente nas listas da União Democrática Popular (UDP) pelo círculo de Vila Real nas eleições para a Assembleia da República, marcadas para o dia 25 desse mês.

Rui Santos referiu ainda a visita das escolas do concelho ao Regimento de Infantaria 13 (RI13) de Vila Real, iniciativa que se realiza hoje e pretende fazer uma ligação entre "a juventude e o reconhecimento da ação dos militares no 25 de Abril".

A população irá também sair à rua na noite de quinta-feira, para participar na festa popular "Traz outro amigo também", que decorrerá na praça do município.

A sessão solene do 25 de Abril, na sexta-feira, realiza-se este ano na Escola de São Pedro para "trazer a juventude àquilo que foi a realidade da Revolução dos Cravos".

"Esta geração nasceu e cresceu em liberdade. Afirmou-se num contexto completamente diferente das gerações dos seus avós e até dos seus pais e julgo que tem faltado pedagogia e reconhecimento daquilo que se passou há 40 anos", salientou.

E, para o autarca, "essa pedagogia revela-se cada vez mais necessária a cada dia que passa porque, de forma sub-reptícia, neste momento, alguns dos valores de Abril estão em causa".

No mesmo dia estreia o documentário e a exposição "Vila Real: nos 40 anos do 25 de Abril", no Museu do Som e da Imagem, que pretendem retratar a realidade da vida dos portugueses naquela altura.

Para Rui Santos, uma das figuras locais que mais se destacou na revolução foi o capitão Jaime Neves, que nasceu em Sabrosa e estudou em Vila Real, e que também já deu nome a uma rua na capital do distrito transmontano.

"O capitão Jaime Neves e o padre Max representam duas visões distintas, que se puderam expressar e dar a conhecer exatamente porque aconteceu o 25 de Abril", sublinhou o autarca.

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