Um dos maiores da cultura portuguesa, para Oliveira Martins

O presidente do Tribunal de Contas, Guilherme d´Oliveira Martins, presta hoje "homenagem sentida" a Vasco da Graça Moura, que considera "um dos maiores da cultura portuguesa", um escritor de "todos os ofícios".

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Lusa
27/04/2014 16:44 ‧ 27/04/2014 por Lusa

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Graça Moura

"É um grande amigo que perco, que conheço há cerca de quarenta anos e com quem tive sempre uma relação de admiração e estima pessoal, membro ativo do Centro Nacional de Cultura, deixa-nos um lugar insubstituível", refere numa declaração enviada à agência Lusa.

O escritor e tradutor Vasco Graça Moura, de 72 anos, presidente do Centro Cultural de Belém desde janeiro de 2012, morreu ao fim da manhã de hoje, em Lisboa, devido a doença prolongada.

Para o presidente do Tribunal de Contas, Graça Moura "é uma das grandes referências da cultura portuguesa contemporânea".

Recorda "um humanista dos tempos de hoje - frontal, corajoso, determinado", mas também "o poeta e o ensaísta dotadíssimos, um escritor de todos os ofícios e sempre com elevadíssima qualidade e sensibilidade, capaz de abranger de um modo amplo e compreensivo a identidade portuguesa e a sua ligação universal desde os clássicos aos modernos".

Entre os trabalhos do escritor, o antigo ministro destaca o recente ensaio sobre as identidades europeia e portuguesa que elogia como sendo de "uma grande lucidez e pertinência", a tradução de "A Divina Comédia" de Dante e o contributo para compreender a leitura moderna de Camões, dando o exemplo da versão de "Os Lusíadas" para jovens.

Esta obra "é fundamental quer nos domínios cultural e literário, quer pedagogicamente", salienta.

"Não há palavras neste momento. Apenas o silêncio de uma sentida homenagem a um dos nomes maiores da cultura portuguesa", diz Guilherme d'Oliveira Martins.

O escritor e tradutor Vasco Graça Moura, de 72 anos, morreu ao fim da manhã de hoje em Lisboa, devido a doença prolongada.

Poeta, ensaísta, romancista, dramaturgo, cronista e tradutor de clássicos, Vasco Graça Moura estreou-se nas letras com "Modo mudando", em 1962. Publicou, entre outros, "A sombra das figuras" (1985), "A furiosa paixão pelo tangível" (1987), "Testamento de VGM" (2001) e "Os nossos tristes assuntos" (2006). Reuniu a "Poesia toda" em dois volumes, num total de mais de mil páginas, em 2012.

Recebeu o Prémio Pessoa e o Prémio Vergílio Ferreira, os prémios de Poesia do PEN Clube Português e da Associação Portuguesa de Escritores, que também lhe atribuiu o Grande Prémio de Romance e Novela, entre outras distinções. Em janeiro, foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem de Santiago de Espada.

Foi diretor do Serviço de Bibliotecas e Apoio à Leitura da Fundação Calouste Gulbenkian, diretor da Fundação Casa de Mateus, presidente da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses.

Em janeiro de 2012, substituiu António Mega Ferreira na presidência da Fundação Centro Cultural de Belém.

Era uma das vozes mais críticas do acordo ortográfico, do qual reclamou a revisão, numa intervenção no Porto, em maio de 2012, porque entender que em "nada contribui para a unidade da ortografia" da língua portuguesa.

Na homenagem que a Fundação Gulbenkian lhe dedicou, não hesitou em afirmar: "A poesia é a minha forma verbal de estar no mundo".

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