Vários colaboradores da Deco deslocaram-se a 120 estabelecimentos de saúde da zona da Grande Lisboa e do Grande Porto. A sua missão era a de se queixarem de dores de garganta aos médicos, garantindo àqueles profissionais que não tinham nem febre, nem outros sintomas, além de um incómodo ao engolir.
“Nas 50 consultas, os médicos observaram a garganta e procuraram inteirar-se dos sintomas. Em 20 casos, receitaram de imediato um antibiótico. Nos restantes 30, os nossos ‘doentes’ perguntaram, sem insistir, se não seria melhor tomar um daqueles fármacos. Um recebeu a prescrição com indicação de que só deveria usá-lo se piorasse, tivesse febre e pontos brancos na garganta”, pode ler-se no comunicado da Deco.
Já no que diz respeito às farmácias, a “situação é menos inquietante”, lê-se na mesma nota.
Os colaboradores da Deco deslocaram-se a 70 farmácias e pediram um antibiótico sem receita médica e apenas um estabelecimento dispensou a prescrição do medicamento.
A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor chama a atenção para o facto de que o “uso incorreto e desregrado de antibióticos, como o que sugerem os nossos estudos, tem contribuído para aumentar a resistência das bactérias”.
“Se não forem tomadas medidas para travar o desenvolvimento destas resistências, em poucos anos, ficaremos sem armas para combater as infeções bacterianas”, alerta.