“Passam horas agarrados à playstation ou ao computador, mas a vida psíquica constrói-se na relação com os outros, não na relação com as máquinas”. Este é, de acordo com o psiquiatra Augusto Carreira, uma das causas que leva ao aumento do número de casos de depressão, ansiedade e perturbações mentais nas crianças e jovens entre os cinco e os 18 anos.
Além disso, “passam cada vez mais horas na escola e muitas vezes saem de lá para ter explicações. O sentimento de não estar à altura das expectativas pode ser muito complicado de gerir”, entende o diretor do serviço de psiquiatria da infância e adolescência dos Hospital Dona Estefânia, ouvido pelo Expresso.
Também a crise e as alterações sociais, como os divórcios, levaram a que quase 20 mil crianças tivessem, no ano passado, a sua primeira consulta de pedopsiquiatria, um aumento de 30% face a 2011.
Nestes casos, mesmo que não haja uma explicação evidente, os sintomas são variados. Se na infância a hiperatividade ou má-criação podem ser evidências de que algo está mal, na juventude a apatia, tristeza e isolamento são sinais de alerta.