"A câmara, que tem tido uma ligação estreita com o Ministério da Saúde, disponibiliza-se para pôr lá os funcionários durante esse tempo para o centro não suspender serviços", explicou Basílio Horta.
"Não era todo o serviço [que seria suspenso], era só as consultas, mas era um prejuízo grande para as pessoas que tinham de ir à Terrugem", adiantou o autarca socialista.
Segundo o presidente da autarquia, o Agrupamento de Centros de Saúde de Sintra planeava suspender as consultas, nas férias de verão, na Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) de São João das Lampas, que seriam asseguradas na Terrugem.
Por se tratar de "razões conjunturais", de pessoal de baixa médica e de férias, Basílio Horta disponibiliza os trabalhadores, convencido de que a situação será ultrapassada com o regresso ao serviço dos funcionários do centro de saúde.
"Estou desconfiado de que a ideia será no futuro encerrar a extensão de saúde", admitiu Guilherme Ponce de Leão, presidente da junta da União das Freguesias de São João das Lampas e Terrugem.
Em comunicado à população, o responsável deu conta de um telefonema a avisar sobre o encerramento, no período de férias, de uma das unidades de saúde.
O autarca considerou a "situação preocupante" e disse que o executivo local está "seriamente empenhado em colocar-se ao lado da população, no sentido de se poder travar uma medida que penaliza os cuidados de saúde" que os habitantes merecem.
A Câmara de Sintra aprovou hoje por maioria, com abstenções do PS e PSD, uma moção do movimento independente Sintrenses com Marco Almeida em que manifesta "total oposição ao encerramento temporário ou definitivo da extensão de saúde de São João das Lampas ou da Terrugem".
A moção considera que a suspensão nos meses de verão "abre caminho ao possível encerramento definitivo deste equipamento de saúde" e alerta que se trata da unidade de saúde "mais a norte do concelho de Sintra e que serve principalmente uma população mais idosa e com menos recursos financeiros".
O documento nota "a fragilidade da rede de transportes públicos na freguesia e na ligação desta a Sintra" e que "o acesso aos cuidados de saúde primária constitui uma preocupação" da Câmara de Sintra.
Numa petição pública lançada na internet, a população de S. João das Lampas protesta "contra o encerramento do centro de saúde", com "cerca de 7.000 utentes", em "instalações modernas e recentes, feitas de raiz", após mais de 20 anos "de luta do povo" para a sua construção.