A Comboios de Portugal (CP) fez uma denúncia formal contra Artur Bordalo, mais conhecido como Bordalo II, por suspeitar que o artista é ‘a mão’ por detrás de um grafíti num dos comboios estacionados na estação de Campolide, em Lisboa.
O grafíti foi realizado no dia 18 de agosto, entre as 20h00 e as 20h30, num comboio que estava inacessível ao público em geral, segundo confirmou o Notícias ao Minuto junto da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Lisboa.
Um funcionário terá registado o momento em fotografia, de acordo com a mesma fonte.
“Em relação ao recente incidente envolvendo o ato de grafitar um dos nossos comboios, a CP considera que, independentemente da identidade do autor, se trata de um ato de vandalismo puro. O impacto destas ações é vasto e prejudica não apenas a CP, mas também a população que utiliza diariamente os nossos serviços”, informou a transportadora em comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, ressalvando que, entre janeiro e junho deste ano, foram realizadas “807 remoções de grafítis, o que corresponde à limpeza de uma área total de 29.933m²”.
“Para termos uma perspetiva, esta área equivale a cerca de seis campos de futebol”, esclareceu a entidade, ao mesmo tempo que sublinhou que “os custos associados a estas ações têm vindo a crescer anualmente”.
De acordo com a CP, foram gastos mais de 275 mil euros apenas em produtos de remoção e mão de obra em 2021, montante que ascendeu a 338 mil euros em 2022. “Só até julho, já ultrapassámos os 225 mil euros”, disse ainda.
E prosseguiu: “Estes valores representam apenas os custos diretos. Há ainda custos indiretos a considerar, derivados dos danos provocados no material circulante, como pinturas, vidros, pictogramas, borrachas, botões das portas, entre outros. A estes somam-se as horas de imobilização do material circulante, que este ano já atingiram mais de 3.500 horas até julho, apenas para a remoção de grafítis.”
A transportadora deu ainda conta de que, em 2023, já removeu “mais grafítis do que em todo o ano de 2022”, sublinhando que “estes atos de vandalismo representam um custo significativo para o erário público, prejudicando a capacidade da CP de oferecer o melhor serviço possível aos nossos passageiros”.
O Notícias ao Minuto contactou o artista plástico, mas ainda não obteve resposta.
O caso seguirá, agora, para o Ministério Público.
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