“A ideia de que temos de criar aqui condições para todos, não pode ser um objetivo em si mesmo. Hoje, temos muitos jovens que emigram porque querem emigrar, outros que emigram porque têm de emigrar, porque não encontram aqui as condições, mas facto de lhes darmos todas as oportunidades é uma maneira de eles se realizarem”, afirmou Marçal Grilo, ex-ministro da Educação em declarações à Rádio Renascença.
Sobre este tema, defendeu o antigo governante que existe hoje um distanciamento entre procedimentos e mentalidades entre elites políticas e cientifica: “Há uma grande diferença entre o que são, hoje, as elites políticas e, por exemplo, as elites que se movem na área da ciência. Há uma grande diferença de qualidade, de racionalidade no processo e há uma grande diferença na forma como as instituições estão organizadas”
Noutro tópico de conversa, o administrador da fundação Calouste Gulbenkian disse que a situação política vivida a nível interno “não é perigosa, é perigosíssima” e sustentou que a qualidade dos quadros dos partidos representados no parlamento tem vindo a decrescer, justificando este facto pela fraca atratividade da vida política.
“A vida política tornou-se muito pouco atrativa. (…) Naquela altura [em 1999, quando era ministro da Educação] o Parlamento tinha um conjunto de 30 ou 40 pessoas de alta qualidade. Hoje não sei se existem essas 30 ou 40 pessoas de alta qualidade no Parlamento”, concluiu.